Dr. Weslley Raphael - Patos de Minas

Fiscalização detecta que hospital municipal de Lagoa Grande está usando água contaminada

Análise feita por equipes da Funasa durante a operação indicou a presença de coliformes fecais na água do hospital.

por Weslley Raphael
13/12/2018 - 10h13

Equipes da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que participaram da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), realizada na região Noroeste de Minas Gerais na semana de 25 a 30 de novembro, constataram a presença de coliformes fecais na água utilizada pelo Hospital Municipal de Lagoa Grande (MG).

O hospital utiliza água retirada de um poço tubular, apesar de existir rede de distribuição de água nas imediações.

 A presença de coliformes fecais indica que, no momento em que a coleta ocorreu, a água do hospital estava contaminada por patógenos (bactérias e/ou vírus) que podem causar doenças como febre tifóide, gastroenterite viral e bacteriana e hepatite A.

 “O resultado da análise feita pela equipe da Funasa preocupou-nos, porque a presença de coliformes fecais sinaliza um risco potencial para a saúde das pessoas expostas a essa água”, afirma o promotor de Justiça Daniel Piovanelli, um dos coordenadores da FPI Minas. “A situação também chama a atenção, diante da evidência de que o hospital poderia utilizar água potável fornecida pela Copasa, mas prefere utilizar água retirada de um poço tubular”.

 Ele explica que o resultado das análises será encaminhado à Promotoria de Justiça da Comarca de Presidente Olegário, órgão com atribuição para a tomada de providências com relação ao assunto.

 Inconformidades - Outros seis municípios da região também tiveram amostras de água analisadas durante os trabalhos da FPI Minas.

 A equipe da Funasa coletou amostras em locais considerados pontos críticos, como hospitais, escolas, creches e nos pontos de saída da água nas respectivas estações de tratamento.

 As amostras coletadas eram imediatamente examinadas em uma unidade móvel de apoio ao Controle da Qualidade da Água, que funciona como um laboratório volante.

 Nos municípios de Guarda-Mor e Presidente Olegário, as amostras coletadas não apresentaram  qualquer inconformidade.

Em Lagamar e Vazante, a água também está própria para consumo, com observação apenas de que a cor aparente da água coletada em alguns pontos está no limite de 15 uH*, da Portaria nº 5, de 3/10/2017,  do Ministério da Saúde. 

 Em João Pinheiro, a água do Hospital M.A. Carneiro apresentou cor aparente de 20uH, e, em Buritizeiro, a água consumida pela Escola Professora Sílvia de Alencar apresentou turbidez de 6,57 UT**, pouco acima do padrão, que é de 5,0 UT.

 "Cor aparente está relacionada com a presença de substâncias dissolvidas na água, resultando no grau de coloração da mesma. Já turbidez é a característica que comprova a presença de partículas em suspensão, resultando em um aspecto turvo", explica a técnica em Química da Funasa, Cleusa Batista Gomes, responsável pela análise das amostras durante a FPI.

 Os relatórios das inconformidades serão encaminhados também às respectivas administrações municipais.

Por meio de nota, a secretaria Municipal de Saúde de Lagoa Grande, informa que o controle de qualidade da água utilizada no centro de saúde, segue a portaria do ministério da sáude n° 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que que são realizadas análises periódicas a cada seis meses sendo que a ultima foi realizada na data de 10 de maios de 2018, com resultados compatíveis com as normas exigidas pela Nuvisa( núcleo de Vigilância Sanitária) Estadual, sendo que a mesma emitiu na data de 13 de Agosto de 2018, alvará sanitário n° 001/2018 da referida unidade centro de Sáude de Lagoa Grande,MG

A secretaria Municipal de Saúde ainda informou, que tomou conhecimento do resultado da análise realizada pela unidade móvel da Funasa, no dia 04 de Dezembro de 2018, ás 15:00, por meio da imprensa, não tendo sido comunicada ou notificada do resultado obtido na análise realizada pela unidade móvel no último dia 30.

Ainda segundo a Nota, foi determinado a imediata suspenção da captação de água do poço tubular, passando a utilizar, água fornecida pela concessionária pública. Determinando ainda , coletas em vários pontos , sendo saída de poço tubular e outros pontos da rede interna do hospital para determinação do foco de contaminação, e ainda, resultados quantitativos para determinar se a água esta própria ao consumo, conforme legislação pertinente.

A nota ainda reitera que a administração municipal valoriza a politica de transparência da informação, e colabora louvando a atitude do Ministério Público na construção democrática , do acesso a informação serena, responsável, pois se assim não fosse, não se teria tomado conhecimento do problema divulgado pela imprensa a partir de resultado da referida ação preventiva.

Receba notícias diariamente através do WhatsApp (CLIQUE AQUI). Para ler mais notícias do Patos em Destaque, clique em NOTÍCIAS. Siga também o Patos em Destaque no Twitter e Facebook . Envie informações à redação do portal por WhatsApp pelo telefone (34) 99681 6684.

Fonte: : Paulo Sérgio - Paracatu News/FPI Minas.

OUTRAS NOTÍCIAS