No distrito de Santiago de Minas, do município de Presidente Olegário, mulheres aprenderam a utilizar um material que tem de sobra em muitos quintais de propriedades no meio rural: a cabaça.

Andrezina Teixeira é aposentada e há mais de 20 anos mora no distrito de Santiago. A dona de casa conta que sempre gostou de artesanato, mas só agora teve a oportunidade de conhecer o curso de Artesanato de Sementes, Cascas, Folhas e Flores/ Peças com Cabaças, oferecido pelo Senar Minas. “Não imaginava que a cabaça poderia virar as peças que criei, gostei muito do curso”.

O curso mostra como limpar e preparar as cabaças e ensina as técnicas de pintura e de montagem das peças.“Uma grande vantagem é que esse material não tem custo, já que as cabaças são encontradas na comunidade”, explica a instrutora Rosilene Moraes. Ela destacou ainda o trabalho com a autoestima das alunas. “Temos o cuidado de mostrar a importância do entrosamento entre elas, da vontade de crescer e de cuidarem de si, questões ligadas a autoestima.”

Trabalhar com as cabaças vai além das técnicas, as alunas precisam usar a imaginação. Dona Luzia estava orgulhosa do que havia conseguido fazer. “O que aprendemos será proveitoso. Hoje estamos fazendo peças para enfeitar nossas casas, mas futuramente poderemos comercializar.”

A mobilizadora de Presidente Olegário, Iolanda Araújo, conta que o curso é bastante solicitado na região e, através dele, muitas ex-participantes já conquistaram renda própria e começaram a exportar peças. Sandra Mara é uma delas.  A artesã já trabalhava com tricô e agregou sua renda com os materiais produzidos através das cabaças. “Há um ano eu participei do curso e desde então o artesanato deixou de ser uma distração para contribuir com renda da minha casa. Recebo encomendas das lojas locais e de outras cidades próximas.”

 “O Senar oferece a oportunidade para as mulheres aprenderem a confeccionar esses produtos tão criativos, mas, quem não tem o dom, pode compra-los prontos”, ressalta a vendedora Irismara Cristina, que trabalha em uma das lojas de Presidente Olegário, onde o artesanato é vendido.

Para o gerente do Senar em Patos de Minas, Sérgio Coelho, ao unir o aprendizado oferecido pelo Senar e o talento dessas artesãs, o resultado não poderia ser diferente. “É motivador acompanhar a história dessas mulheres para dar continuação ao trabalho que fazemos em beneficio das famílias rurais”, completa ele.

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