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Região do cerrado produz um dos melhores cafés do mundo

Cafeicultores têm se unido por meio de associação e parcerias para obter melhorias no setor

por Weslley Raphael
30/08/2016 - 08h47

Não é mistério para ninguém, que o Brasil é responsável atualmente por 1/3 da produção mundial de café, ou seja, é o maior produtor do mundo. Minas Gerais se destaca como o maior estado produtor, com as mesorregiões Sul/Sudoeste e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Em 2014, trinta produtores da região do cerrado (Alto Paranaíba) se reuniram e criaram a Associação dos Cafeicultores de Patos de Minas e região (Assopatos), com o objetivo de promover o café produzido no município e na região, atrair investimentos, agregar valor ao produto e reivindicar melhorias para o setor.

A primeira conquista da Associação foi um Campo Experimental de Café, onde são desenvolvidas pesquisas cafeeiras, nos setores de adubação, fisiologia, fitossanidade e fitotecnia, com a finalidade de gerar informações sobre as maneiras de cultivar o café da melhor forma possível. 

Outra conquista desta união foi a Cooperativa dos Cafeicultores de Patos de Minas e região (Cafex), criada com o propósito de agregar valor ao café através da possibilidade de armazenamento adequado, rebeneficiamento, segurança para o cafeicultor e venda direta ao exportador ou importador. Um dos treinamentos oferecidos pela Cafex, juntamente com o Senar-MG, mostra as etapas de classificação e torra de café, os problemas na lavoura, bem como as técnicas de degustação, que são importantes para o reconhecimento das características dos diferentes tipos de cafés.

Atualmente, a Assopatos possui 28 associados, que reúnem mais de 20 mil hectares de café e produzem em torno de 80.000 sacas/ano. A viabilização da associação veio por meio do apoio de várias entidades: Epamig, Emater-MG, Sebrae-MG, entre outras. Os produtores pioneiros na região foram: Francisco Pinheiro Campos (Chiquinho Campos), de Patos de Minas; Martins e José Carlos Grossi, de Patrocínio e a família Veloso, de Carmo do Paranaíba.

Segundo o engenheiro agrônomo pesquisador da Assopatos, Roberto Santinato, outro êxito da associação foi o Dia de Campo, evento que reúne centenas de pessoas e tem como objetivo a apresentação de matéria orgânica, as variedades no cultivo, o controle das brocas e a mecanização no campo. “Além de credibilidade, a associação consolidou o evento (Dia de Campo), que na última edição reuniu mais de 700 participantes e filiação ao órgão de pesquisa mais importante do Brasil (Fundação Procafé)”, destacou.

Ainda de acordo com ele, “os próximos passos para a Associação é crescer em número de pesquisas, produzir um boletim técnico anual com os resultados, organizar mais eventos com palestras e cursos para os cafeicultores associados, estabelecer a Cafex e união dos membros”.

Pioneirismo da cafeicultura na região do cerrado - A cafeicultura na região do Alto Paranaíba é uma atividade altamente lucrativa, além do aspecto social que absorve muita mão de obra e empregos em toda sua cadeia produtiva. De acordo com Roberto Santinato, a consolidação desta atividade na região do Cerrado foi a partir de 1970, sob a orientação do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e apoio do governo militar, com o então ministro Alysson Paolinelli. “Na época, a pesquisa era liderada pelo pesquisador do Instituto Agronômico (IAC) e melhorista, Alcides Carvalho; o climatologista Ângelo Paes de Camargo; o pedologista Alfredo Kupper; a fisiologista Coracy Moraes Franco e, principalmente, pela liderança de Onofre Braga de Faria (chefe do IBC)”, esclareceu.

O Alto Paranaíba, na região do Cerrado Mineiro se consolidou como uma das regiões cafeicultoras mais modernas do país, com a adesão de um conjunto de inovações tecnológicas, a qual proporcionou um grande resultado: elevação na produtividade e na qualidade do café. “O Alto Paranaíba é considerado tão importante na produção de café por possuir um clima favorável, solos aptos ao cultivo, e principalmente, por ser praticamente toda mecanizada, com vantagens em relação às regiões montanhosas”.

Há várias espécies de café produzidas pelo mundo todo. Entretanto, o mais visto na região do Cerrado é o café arábica, com grãos de cor esverdeada, o qual produz cafés de melhor qualidade, mais finos e requintados. No total, são 55 municípios que compõem a região do Cerrado Mineiro, nessa produção de café.

No ano de 2014, foi lançada a denominação de origem do café do Cerrado Mineiro, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), que proporcionou a venda de um produto com indicação geográfica e certeza de comercialização constante. “O café com esta denominação tem garantia de origem, de procedência; quem comprar terá certeza de que receberá um café com determinadas características próprias do clima, do solo e do manejo da região”, finalizou.

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Fonte: : Por Karen Duarte, Jéssica Andrade e Maurício Fernandes.

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