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Depressão, o mal do século 21

A pessoa deprimida pensa muito em morte - não necessariamente em suicídio

por Weslley Raphael
28/07/2016 - 11h50

A depressão é um problema de saúde pública, e é o mal do século 21, afirma a farmacêutica Carla, durante entrevista para o programa Cidade Urgente da Radiopatos, na manhã dessa quinta-feira, 28 de julho. Os números da depressão são alarmantes, embora não se tenha um cálculo exato.

Segundo a profissional, o maior problema com a depressão é o desconhecimento. O indivíduo deprimido está doente, sofre muito, mas sua falta de interesse pela vida costuma ser vista como preguiça ou falta de caráter. Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando há algum problema nesses neurotransmissores, a pessoa começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza, autoflagelação, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples.

De maneira geral, a depressão é a tristeza que não passa, e que muitas vezes parece não ter um motivo definido. O problema é que, muitas vezes, a tristeza pela morte de alguém querido, pelo fim de um relacionamento, pela perda de um emprego, não passa. Normalmente, a tristeza é vencida depois de um período de luto, e a vida recomeça. Mas, quando ela não vai embora, pode estar encobrindo uma depressão.

A insônia está ligada diretamente à depressão. Embora nem todas as pessoas que sofram de insônia estejam deprimidas, a grande maioria dos deprimidos sofre de insônia, especialmente aquela em que de desperta durante a madrugada e não se consegue mais dormir. A inapetência ou o excesso de apetite também podem estar ligados à depressão. Em geral, as pessoas que sofrem de anorexia e de bulimia, por exemplo, estão deprimidas. 

O indivíduo deprimido está sempre triste e sem vontade de fazer coisa alguma. Em alguns casos, momentos de melancolia são intercalados por momentos de euforia. Os indivíduos que sofrem disso são os chamados "maníaco-depressivos". Mesmo sem perceber, o indivíduo deprimido parece querer infligir sofrimento a si mesmo. É muito comum, também, que a depressão cause problemas ao sistema imunológico, e o indivíduo adoeça. 

A pessoa deprimida pensa muito em morte - não necessariamente em suicídio. Esses pensamentos não devem ser incentivados, mas precisam ser compreendidos. A boa notícia é que a medicação contra a depressão apresenta bons resultados, e muitas vezes ela sequer é necessária. O entendimento de como as doenças se instalam no organismo ainda é, em certo sentido, um mistério. E, no caso da depressão, esta questão é ainda mais difícil, pois trata-se de uma doença que está no limiar entre o físico e o mental.

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