Dr. Weslley Raphael - Patos de Minas

O Brasil na contramão da agenda ambiental

O desmatamento da Amazônia nas mudanças climáticas

por Weslley Raphael
22/09/2016 - 07h19

O Brasil e o mundo comemora hoje, dia 5 de setembro, o Dia da Amazônia. A floresta é a maior reserva natural do planeta, a principal em número de espécies relacionadas à biodiversidade. O Brasil abriga, em seu tamanho continental, cerca de sessenta por centro da floresta em seu território. A região que fica no norte do país foi reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, em 2003.

O que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e plantas, se transformou em uma área destinada à agropecuária, produção de grãos e centro urbano. Estima-se que uma área equivalente aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo já foi desmatada e que, se nenhuma providência for tomada, em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada. O desmatamento causa extinção de espécies vegetais e animais, trazendo danos irreparáveis para o ecossistema amazônico.

Grupos ruralistas conseguiram aprovar, no Congresso, mudanças na legislação ambiental, a partir do novo Código Florestal, que concedeu absolvição aos que desmataram  ilegalmente. Uma das consequências pode ser que mais áreas  da floresta seja desmatada para dar lugar à produção, principalmente, de gado e soja.

O governo e os órgãos responsáveis pela fiscalização das áreas de preservação da Amazônia tiveram pequenos avanços, mas os limites das propriedades rurais e seus respectivos donos ainda são sinônimos de imprecisão. Isso pode mudar com a consolidação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), ferramenta de regularização ambiental prevista no Código Florestal, mas que ainda está em processo de implementação. Os órgãos ambientais correm atrás de recursos para enquadrar os que ignoram a lei, mas o orçamento ainda é curto.  

Os Estados Unidos e a China adotarão neste sábado, oficialmente, o Protocolo de Paris, que tem o intuito de estabilizar as emissões de gases de efeito estufa, para que, ao final do século, a temperatura do planeta não ultrapasse aquecimento superior a 2 graus Celsius. Cento e noventa e cinco países membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia assinaram o documento. Enquanto muitos países passam a lutar contra o aquecimento global, o Brasil continua na contramão; afinal, apenas a diminuição da emissão de gases poluentes não será suficiente, se o país que tem o maior ecossistema do planeta não manter o seu bioma, o qual tem grande parte da responsabilidade em manter o clima mundial estável.

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Fonte: : Débora Almeida,Joice Borge,Pabliane Viana

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